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Local deve receber investimento de R$ 104 milhões para dar mais espaço para equipes, pilotos e convidados no GP Brasil de 2015
Reforma vai duplicar paddock do autódromo de Interlagos
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Equipes e pilotos da Fórmula 1 se despediram no último domingo dos boxes apertados de Interlagos. Alvo de críticas, a área do paddock receberá investimentos de R$ 104 milhões para ser completamente transformado na segunda fase da reforma, que começou em julho e será retomada em janeiro.
De acordo com o projeto, ao qual oEstado teve acesso, o espaço destinado às equipes, boxes e área de convivência será dobrado. Em vez de 4,5 mil m², serão 8,9 mil m². A ideia inicial era transferir todo o paddock para a reta oposta. Mas prefeitura e técnicos decidiram manter as instalações para evitar uma mudança brusca na identidade do autódromo.
"Fizemos o projeto pensando justamente em não alterar a 'cara' do circuito", afirma o engenheiro-chefe da reforma, Luis Ernesto Morales. A possível transferência de local chegou a preocupar alguns pilotos. "Se mudasse para outro lugar, seria estranho. Gosto de como este circuito consegue manter sua verdadeira personalidade", comenta o piloto Lewis Hamilton, fã declarado de Interlagos.
A mudança mais marcante será a remoção da torre de controle, uma das referências do circuito. O controle das corridas ficará concentrado no prédio auxiliar, a ser construído ao lado do principal. Segundo o secretário municipal de infraestrutura urbana e obras, Roberto Garibe, o centro não exige mais uma edificação para a observação do circuito, pois o acompanhamento agora é feito por cerca de 40 câmeras. "A torre era um sinal de atraso", afirma.
Sem a famosa torre na reta dos boxes, Interlagos deverá ter como nova referência a cobertura do paddock, o primeiro coberto da Fórmula 1. O projeto prevê ainda que o local ganhe 2 m de largura e mais quatro boxes (de 23 para 27), que serão mais amplos e maiores graças a paredes mais finas e móveis. "Vamos aproveitar melhor o espaço existente", afirma o engenheiro-chefe.
Acima dos boxes, o prédio principal terá apenas um andar, todo dedicado ao setor VIP. Na estrutura atual, há dois pisos utilizados para receber camarotes e centro de imprensa. Os jornalistas ganharão uma sala maior e com acesso subterrâneo.
Os convidados das escuderias também serão beneficiados pela reforma. As instalações provisórias serão substituídas por prédios permanentes e amplos. Por enquanto, pilotos e visitantes fazem refeições e recebem convidados em espaços apertados, em um corredor curto, entre pneus e o movimento de funcionários dos times.
A reforma, a maior desde a Fórmula 1 ter voltado para São Paulo, em 1990, teve início em julho a partir da troca do asfalto e mudanças nos boxes. A intervenção foi uma exigência de Bernie Ecclestone, chefe da categoria, para renovar o contrato de realização de corridas na cidade até 2020.
"Estamos conseguindo manter Interlagos em nível internacional", disse o ex-piloto Emerson Fittipaldi, satisfeito com a reforma. "A competição com os autódromos da Ásia, do Oriente Médio, estava desleal".
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